Laser de Diodo vs. Alexandrite: A Guia Técnica Definitiva para Profissionais em Portugal
Seja na bancada da escola de estética ou no gabinete, a grande questão técnica é sempre a mesma: laser de díodo vs alexandrite? A resposta curta – e que raramente satisfaz um profissional que procura a excelência – é “depende”.
A resposta longa e correta, a que realmente nos capacita para oferecer resultados de topo, está na física, na fisiologia e, acima de tudo, no diagnóstico. Esta é a guia técnica que vai querer guardar.
O Princípio Fundamental: Comprimento de Onda (nm)
Tudo começa aqui. A diferença essencial entre estas duas tecnologias reside no seu comprimento de onda, medido em nanómetros (nm), que dita a profundidade a que a energia penetra na pele e o seu alvo principal (o cromóforo). Para entender isto em detalhe, é crucial dominar a anatomia e fisiologia da pele e do pelo.
- Laser Alexandrite: Opera a 755 nm. É uma onda mais curta, o que significa que tem uma altíssima afinidade pelo cromóforo melanina. A sua penetração é mais superficial.
- Laser de Diodo: Opera tipicamente entre 808 nm e 810 nm. Sendo uma onda mais longa, penetra mais profundamente na derme e tem uma afinidade pela melanina que é forte, mas mais moderada que a do Alexandrite.
Tabela Comparativa Clínica: Diodo vs. Alexandrite
Para uma análise visual e rápida, aqui está a comparação direta dos fatores que realmente importam na prática clínica diária:
Característica | Laser Alexandrite (755 nm) | Laser de Diodo (808-810 nm) | Notas Clínicas para a Técnica |
Fototipos de Pele Ideais | I, II e III de Fitzpatrick. Peles muito claras. | I a V. Muito versátil, seguro em peles mais escuras. | Alexandrite em fototipos IV ou V representa um risco elevado de queimadura. O Diodo é a escolha segura para a população portuguesa. |
Eficácia em Pêlo Fino | Muito elevada, especialmente em pêlo fino e claro (mas com melanina). | Boa, mas pode necessitar de mais sessões para pêlo residual muito fino. | Ideal para fases finais de tratamento em zonas como o buço, quando o pêlo já está muito enfraquecido. |
Eficácia em Pêlo Grosso | Boa, mas a sua energia é muito absorvida à superfície. | Excelente. A sua maior profundidade atinge a base dos folículos mais grossos. | A escolha de eleição para zonas como virilhas, axilas e barba masculina. |
Segurança em Pele Bronzeada | Totalmente contraindicado. Risco altíssimo de hipopigmentação. | Não recomendado, mas tecnicamente mais seguro que o Alexandrite. | A regra de ouro é: não tratar peles recentemente bronzeadas, independentemente da tecnologia. |
Nível de Dor / Conforto | Geralmente mais doloroso devido à alta absorção de energia pela melanina. | Mais confortável, especialmente em equipamentos com sistemas de refrigeração por contacto. | A experiência do cliente é crucial. O Diodo geralmente ganha neste ponto. |
Velocidade da Sessão | Equipamentos modernos (scanners) podem ser muito rápidos. | Tradicionalmente mais lento, mas as novas tecnologias de varrimento (SHR) tornaram-no muito rápido. | Depende mais do ano do equipamento do que da tecnologia em si. |
A Evolução: E o Laser 4D? Onde se Encaixa?
Como profissional, a minha escolha recaiu sobre a tecnologia Laser 4D. Porquê? Porque esta tecnologia representa a evolução lógica que resolve o dilema “Diodo vs. Alexandrite”.
O Laser 4D não é um único tipo de laser, mas sim um equipamento que combina vários comprimentos de onda (incluindo Diodo, Alexandrite e Nd:YAG) num único disparo. Isto permite-nos criar um protocolo de tratamento verdadeiramente personalizado, adaptando a energia não só ao fotótipo da pele, mas também à profundidade e espessura do pelo em cada sessão. É, na minha opinião, a abordagem mais completa e segura para a diversidade de clientes que encontramos em Portugal.
Dica de Profissional: A Tecnologia é a Ferramenta, o Diagnóstico é a Arte
Independentemente do equipamento que utilize, lembre-se sempre que a máquina não faz o trabalho sozinha. A sua maior competência como técnica é a capacidade de realizar um diagnóstico de pele e pelo preciso. Saber identificar corretamente o fotótipo, a espessura do pelo e as possíveis contraindicações é o que a diferenciará e garantirá a segurança e satisfação das suas clientes. É precisamente no diagnóstico e na aplicação dos protocolos que se evitam os erros mais frequentes da nossa profissão.
Espero que esta guia técnica tenha sido útil. Se tiver mais dúvidas ou quiser partilhar a sua própria experiência, deixe um comentário abaixo. A partilha de conhecimento fortalece a nossa profissão.
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